O Instituto EDP (IEDP), organização que coordena as iniciativas socioambientais do Grupo EDP, divulgou a lista de projetos que receberão apoio em 2015 durante a sexta edição do Diálogos EDP Solidária. A jornalista Elisa Homem de Mello fez uma cobertura especial para a Envolverde e destacou 5 iniciativas socioambientais. Confira!

Aliança EDP de Empreendedorismo Comunitário 
Idealizado pela Associação Aliança Empreendedora, o projeto capacita pessoas nas regiões de Mogi das Cruzes, Suzano e Aparecida, em gestão e comportamento empresarial, incentivando o desenvolvimento social, ambiental e econômico dessas regiões.
Líderes comunitários que inspiram
Durante um dos almoços promovidos pela sexta edição do Diálogos EDP Solidária, realizada entre os dias 23 a 25 de março último, em Vitória/ES, tive a oportunidade de conhecer o Marcus, um jovem de não mais de 30 anos de idade, e com aquele brilho no olhar característico de pessoas engajadas em impactar positivamente a sociedade.
Num papo descontraído, Marcus Vinicius Pereira, Assessor de Empreendimentos da Aliança Empreendedora, contou um pouco da trajetória deste, que dentre outros 28 projetos, será um dos que receberá, em 2015, investimento do Instituto EDP (IEDP).
A Aliança Empreendedora foi fundada em 2005, em Curitiba/PR e, atualmente, conta com mais dois escritórios espalhados pelo Brasil (São Paulo/SP e Recife/PE), além de já ter formado em sua metodologia mais de 30 ONGs que trabalham com empreendedorismo e geração de renda em mais de 15 estados.
A visão do grupo de fazer da economia um lugar para todos, bem como divulgar a cultura empreendedora junto às comunidades de baixa renda tem sido tão bem sucedida que a Aliança Empreendedora foi uma das dez organizações convidadas para compor o Conselho Nacional da Semana Global de Empreendedorismo no Brasilpromoveu a I Edição do Prêmio Aliança de Empreendedorismo Comunitário e se tornou correalizadora do quadro “Mandando Bem”, do Programa Global “Caldeirão do Huck”.
Desta forma, o projeto atua unindo forças e viabilizando acessos para que pessoas e comunidades possam ser empreendedoras, promovendo a inclusão e o desenvolvimento econômico e social.
Durante os dez anos de atuação, a Aliança Empreendedora contabiliza mais de 40 projetos e serviços para empresas e governos de diversas cidades, baseando seu trabalho em soluções para prover o acesso de micro empreendedores a conhecimentos sobre gestão e empreendedorismo, crédito e comercialização. A realização desses mais de 40 projetos resultou no apoio direto a mais de 10 mil micro empreendedores. Dentre eles, surgiram muitos líderes comunitários e cases de sucesso que inspiram pessoas e organizações, incentivando o desenvolvimento local.
Uma inspiração para o jovem Marcus e para mim também!


Projeto Bancos Comunitários
Idealizado pela ONG Ateliê de Ideias, o objetivo é garantir às famílias de baixa renda o direito humano à moradia digna em condições seguras e confortáveis através do acesso a crédito e conhecimentos, bem como apoio técnico para reformar suas casas.
Será o BeMnedito?
Localizado no denominado Poligonal 1-P1, de acordo com a divisão administrativa feita pelo Projeto Terra Mais Igual, da Prefeitura Municipal de Vitória/ES, o Ateliê de Ideias ocupa hoje um espaço que abrange 8 comunidades, dentre elas a de São Benedito.
São Benedito é também a inspiração para o nome do Projeto que deu origem à Associação, como conta Zenaide Costa Vazzoler, presidente do Ateliê de Ideias. “A Associação foi criada em 2005, na comunidade de São Benedito, à partir da criação do Banco Bem. Escolhemos este nome em homenagem à São Benedito e também porque queríamos fazer o bem”, conta Zenaide.
O Banco Bem é um banco comunitário, cujo objetivo é contribuir para o desenvolvimento da economia. Na época, com base em uma experiência bem sucedida de bancos comunitários em Fortaleza/CE, o Banco Bem passou a realizar operações de crédito para pequenos negócios da comunidade, visando elevar a produtividade de pequenos comerciantes e produtores de crédito da comunidade local. Além disso, abriu crédito também para reforma e construção de casas, já que as mesmas eram bem precárias. O sucesso foi tão grande que transformou o Ateliê de Ideias em referência não apenas pela oferta de crédito, mas principalmente pelo incentivo moral dado a cada morador.
“O Banco Bem fomentou a criação de outros 10 bancos, replicando assim a energia presente neste Projeto e chegando a atender 35 mil pessoas. É fácil e prático conseguir crédito. Por se tratarem de bancos gerenciados pela comunidade, não há limite de pessoas e também não levamos em conta se a pessoa está negativada. No entanto, de acordo com as normas do Banco Central (BACEN), por se tratar de uma instituição jurídica tipo OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), não podemos gerar acúmulo de renda”, explica Zenaide.
Segundo Pedro Sirgado, presidente do IEDP, os bancos comunitários são uma tipologia de bancos, regulamentada pelo BACEN, portanto passíveis de regras, em que fazem pequenos empréstimos dentro da comunidade, com duas finalidades: melhorar a moradia destas comunidades e ceder alguns empréstimos produtivos. “O empréstimo é importante porque gera a noção no outro da responsabilidade de devolver o dinheiro. E o nível de inadimplência nestes locais são baixíssimos”, afirma Sirgado.
Visando alinhar a intervenção social com o negócio da empresa, o IEDP deu um passo além. Em visita a estas comunidades, percebeu que muitas delas não tinham uma loja da EDP. Nos moldes de uma Lotérica, os bancos comunitários se tornaram agentes arrecadadores da EDP e para cada conta arrecadada, a comunidade fica com parte do dinheiro, aumentando o financiamento do banco.
O presidente conclui: “hoje, com um ano de projeto, já temos milhares de contas de luz pagas nesta comunidade e já passamos dos R$ 1 milhão arrecadados. Foi ótimo para o negócio!”
Com o resultado positivo, o objetivo agora é fazer com que estes bancos se tornem agentes comerciais da EDP dentro destas comunidades, levando a empresa de energia às pontas, já que seria inviável do ponto de vista econômico ter uma loja em cada bairro. Assim, o banco comunitário começa a prestar serviços à empresa, gerando recursos para a comunidade e tornando melhor sua missão de ceder créditos. Ao emprestar dinheiro para atividades produtivas e de construção de moradias, a comunidade não apenas melhora sua renda como também cria canais para que ela atue em parceria com a EDP.
“Trata-se de um ciclo virtuoso e sustentável”, explica Sirgado.
A moeda própria do Banco Bem (B$) foi implantada em fevereiro de 2006 e o limite de empréstimos em bens é de 100 unidades monetárias, desprovidos de juros e pagáveis em até duas vezes.
“O Instituto EDP acreditou nesta ideia, que assim como nós, a vê como uma ferramenta para a inserção na comunidade, fazendo com que ela invista no próprio bairro e, consequentemente, fomentando um empoderamento das pessoas”, conclui a presidente da Associação Ateliê de Ideias, Zenaide Vazzoler.


Projeto de Espeleologia
Idealizado pela ONG Cavernature, iniciativa de Arborização tem como finalidade estimular o plantio de árvores e agregar a responsabilidade ambiental aos moradores das localidades beneficiada pelo projeto.
População local planta árvores e responsabilidade ambiental
Luiz Antônio Rodrigues é um dos idealizadores do Programa de Espeleologia de Jandaíra/RN e conta que nesta sexta Edição do Diálogos EDP Solidária, a Associação Cavernature, em parceria com o Instituto EDP (IEDP), trouxe um Projeto de Arborização como parte do desenvolvimento da ONG.
Rodrigues, no canto dir., junto com moradores da localidade, plantando as mudas fornecidas pelo IEDP. Foto: http://cavernature.blogspot.com.br
Rodrigues, no canto dir., junto com moradores da localidade, plantando as mudas fornecidas pelo IEDP. Foto: http://cavernature.blogspot.com.br

Em março do ano passado, foi realizada a primeira etapa do plantio de mudas da Campanha “Plante uma árvore você também!”. O IEDP contribui com mais de R$ 6 mil para a compra de 200 espécies de mudas da mata nativa e da Caatinga, dentre as quais estão: Pau Brasil, Amescla de cheiro, Guarabiroba, Maçaranduba e Mirindiba.
Até o momento, o Assentamento Guarapes recebeu 32 mudas e o Assentamento Trincheira (ambos em Jandaíra), 30. Segundo Rodrigues, o plantio das mudas restantes deverá ser realizado nas regiões de Cabeço e Arueira.
“O Projeto de Arborização tem como finalidade estimular o plantio destas mudas e agregar a responsabilidade ambiental aos moradores da região beneficiada com o Programa Cavernature”, explica Rodrigues.
Um pouquinho de Geologia
Jandaíra está situada geologicamente na chamada Formação Jandaíra, no extremo nordeste do país, em cima de uma placa de calcário que se estende desde o agreste potiguar, passando pelo oeste do estado e termina na cidade de Limoeiro do Norte/CE. Na região agreste, a cidade que abriga mais cavernas é Jandaíra.
O Grupo Cavernature de Espeleologia é uma entidade sem fins lucrativos que visa preservar o mundo espeleológico e todo o seu entorno. Criado em 2010 por 20 jovens de entre 16 e 35 anos, o grupo é, atualmente, o responsável pelo Turismo Pedagógico de 24 cavernas e atua nos trabalhos de topografia e fotografia com o meio cavernícola. “Nosso objetivo é a conscientização ambiental e a preservação deste meio”, explica Luiz Antônio Rodrigues, um dos fundadores do Cavernature.
Como todas as outras cavernas em contato com o homem, o ambiente cavernícola sofre diversas interferências que as prejudicam, como por exemplo, lixo, pichação, quebra dos espeleotemas* e degradação dos seres bióticos inseridos no ambiente. A grande responsável por tamanha degradação é a própria população leiga, que por sua vez não tem acesso aos conhecimentos sobre a importância da preservação deste tipo de ambiente.
*os espeleotemas mais conhecidos são estalactites (formação rochosa que brota de cima para baixo nas cavernas) e estalagmites (formação rochosa que brota de baixo para cima nas cavernas)
  • Projeto Dreamshaper SP
A iniciativa foi desenvolvida pela ONG que leva o mesmo nome e tem o objetivo de desenvolver habilidades não cognitivas através do ensino do empreendedorismo, por meio de uma plataforma virtual.
O sonho da empresa própria ao alcance de todos
Esta é a promessa e a garantia da Dreamshaper. Como o próprio nome diz, a proposta do site é ajudar o usuário a realizar o sonho de criar uma empresa. Segundo seus idealizadores, “sete entre dez pessoas no mundo sonham em abrir o próprio negócio, mas nove entre dez não sabem como fazer isso”. O site promete oferecer capacitação para que qualquer pessoa, independentemente da idade, do grau acadêmico ou da experiência, possa atingir esse objetivo.
A Dreamshaper é uma plataforma online de ensino de empreendedorismo e desenvolvimento de habilidades sócio emocionais, que ajuda professores a introduzir uma componente prática ou de projeto na suas aulas. Na Dreamshaper, os alunos desenvolvem projetos no âmbito da sua matéria, através de uma experiência pedagógica lúdica, interativa e adaptativa, e claro, dirigida e acompanhada pelo professor.
A criação do software teve a participação de especialistas de universidades como Stanford, Harvard e Georgetown. “Metodologia e pedagogia são adaptativas, e toda a ferramenta usa técnicas de gamification, para que a experiência pedagógica seja lúdica, divertida e motivadora”, diz João Borges, um dos sócios.
Formado em Ciências Físicas pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia e com MBA em Gestão Internacional pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o português João Borges, de 32 anos, aprendeu desde cedo que o esporte dá algumas das condições essenciais para se vencer na vida. Segundo ele, tais condições são bem semelhantes no âmbito profissional e são também fundamentais para se tornar um empreendedor de sucesso. Elas passam pela capacidade de detectar problemas e desenhar soluções, de criar projetos e os testar e implementar, e sobretudo a capacidade de sonhar. “No esporte, senti a força que surge e nos torna vencedores, quando tudo o que mais queremos é desistir”, contou Borges, entre um café e outro, ao campeão brasileiro juvenil 200m peito de Natação (2005), Felipe Annunciato, que atualmente atua como auxiliar técnico do alto rendimento no Centro Olímpico do Espirito Santo (COES). Outras características bem semelhantes às de atletas trabalhadas ainda são a perseverança, a motivação, a confiança e o trabalho em equipe.
No Brasil, o Projeto foi lançado em parceria com a Fundação Lemann e outras entidades de referência, e já iniciou pilotos com a Secretaria de Educação de São Paulo, beneficiando 5,5 mil pessoas (na rede pública, o projeto já atingiu mil pessoas); com o Centro Paula Souza e com alguns colégios privados de referência. “Esperamos impactar mais de um milhão de jovens brasileiros até 2018”, afirma Borges, com a confiança de um atleta.

  • Projeto Vôlei Vida
Idealizado pela Associação de Moradores do Bairro de Garanhus, projeto oferece a crianças e adolescentes a oportunidade de ter acesso gratuito à modalidade de voleibol, em áreas de risco social.
Medalha olímpica à vista no vôlei de praia
André Loyla e Robson Rodrigues. Foto: Elisa Homem de Mello
André Loyla e Robson Rodrigues. Foto: Elisa Homem de Mello

No Brasil, um dos esportes que mais tem chamado a atenção pelo surgimento de novos talentos é o vôlei de praia. Dentre os nomes promissores, está o do garoto capixaba André Loyola, que aos 20 anos, 2,01 metros de altura, levou medalha de bronze ao lado do parceiro Marcus Borlini, no Circuito Sul-Americano de Vôlei de Praia, disputado em Montevidéu, no Uruguai, em fevereiro passado.
Morador do bairro Aribiri, em Vila Velha (ES), André iniciou a vida esportiva no basquete, aos 13 anos. Depois de duas temporadas, trocou a bola laranja pela de vôlei ao receber um convite do técnico Robson Rodrigues para participar do Projeto Vôlei Vida, apoiado pelo Instituto EDP.
“Em 2009, o Robinho me viu na rua e por conta do meu tamanho perguntou se eu não queria jogar vôlei. Não era um esporte que me interessava muito, mas topei. Comecei a treinar no Projeto Vôlei Vida com 15 anos. Na época, o projeto funcionava dentro de uma escola que emprestava a quadra para treinarmos. Em pouco tempo eu já estava na seleção capixaba e da lá para campeonatos brasileiros de quadra, representando o Estado. Em 2012, fui aprovado no time do São Caetano (SP). Fiquei lá por quatro meses. No ano seguinte, fui aprovado na peneira do Mauá (SP). Logo depois, o Leandro Brachola (renomado técnico da modalidade) me convidou para treinar vôlei de praia e ainda conseguiu uma bolsa de estudo para eu cursar Direito. Era minha chance de crescer em todos os sentidos e ficar perto da família”, conta o ex-ponteiro, que, frequentemente, divide a rede de treinos ao lado de medalhistas olímpicos como Alison Cerutti (o Mamute), Fábio Luiz Magalhães e Bruno Schmidt.

A disciplina, o comprometimento, o espírito de união, de equipe e a responsabilidade de ser um espelho para os atletas futuros são características do modelo aprendido no Projeto Vôlei Vida. “Até hoje, mesmo tendo migrado para o vôlei de praia, o Robinho me liga para saber se estou em dia com a minha responsabilidade enquanto atleta”, brinca André ao lado do antigo técnico.
“No início, eu não estava muito familiarizado com as questões da Lei de Incentivo”, conta Robson Rodrigues, fundador do Projeto Vôlei Vida, em parceria com a esposa Nazaré Freire Simões Rodrigues. Robson se aprofundou nos estudos sobre Leis de Incentivos e participou de Editais.
O Projeto que começou com 70 crianças, hoje tem 150. Todas recebem atendimento psicológico e seguro saúde. Além do vôlei, o Projeto conta ainda com aulas de judô, capoeira e ginástica para melhor idade. “A EDP foi uma plataforma para o Projeto dar certo”, concluiu Robson. (#Envolverde)
(Envolverde)