Há tempos que
passos são dados nas terras jandairense em busca de algo que surpreendesse a
mente dos homens, que desde muito tempo atrás partiam de Lajes do Cabugi
buscando a brisa do litoral. Deparar-se com aquelas terras esquecidas e cheias
de mistérios instigaram os primeiros tropeiros a pararem por aquelas veredas e
se sentar debaixo da sombra daquelas arvores caducas com a certeza de que algo
maior habitava aquele chão seco e medonho.
Com o passar dos
tempos, desbravar o local era essencial parar conhecer onde exatamente seus pés
cansados haviam achado o terreno frio, a sombra do juazeiro que suas pobres e
pensativas almas escolheram repousar. Os anos foram passando e mais pessoas parando,
para matar a sede, cumprimentar-se, prosear e morar nas terras ricas da caça,
da mata e de um punhado de histórias que ainda eram desconhecidas, um lugar
escondido de todos, o submundo que calado se expandia a cada gota de chuva, nos
tênues aguaceiros daqueles sertões.
No momento mais
obsoleto das matas e da esperança, homens já cansados de procurar a motivação
que os fizessem ficar, perambulando mais uma vez entre os espinhos exauridos da
caatinga, deparam com os místicos paredões, fendas e lapas que jamais teriam
sido encontradas se não fora a vontade dos primeiros questionadores, ou melhor,
os primeiros exploradores de cavernas da antiga Jandaíra, que hoje está
guardada na lembrança dos anciões e dos que já foram pra lá das fronteiras
dessa vida. Mas que renasce das entranhas da rocha, onde os mesmos caboclos de
outrora desciam para matar sua sede física e espiritual, em busca dos
questionamentos da vida cansada de se viver no sertão árduo. Assim desperta os
explores de cavernas.
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