domingo, 15 de abril de 2012

Nas Entranhas da Furna-feia


Por Jan Pierre Martins


No início deste ano, em uma expedição de fotografia da Furna-feia no município de Baraúna, Solon relata que em meados de 2009 tinha feito sua última exploração à caverna e tinha deixado em aberto um conduto da caverna a ser topografado.
Mas para chegar nesse lugar, montamos o rapel e desemos um pequeno desnível com seus 12 metros de profundidade, ao chegar num salão em que estávamos atolados em pura argila, começamos a rastejar pelo conduto que mais se parecia com um cano de esgoto que media 30cm de largura por uns 20cm de altura.
Como eu era o integrante da equipe com menas massa corporal fui o líder do rastejo, quanto mais andávamos mais o contudo se comprimia deixando nossos braços inutilizáveis e quem nos empurrava túnel adentro era a ponta de nossas botas, até que chegou a hora de tirarmos os capacetes para poder prosseguir com a expedição.
A única coisa que nos motivava na possível descoberta da continuação da caverna, fazendo como que sua nova topografia ultrapassasse as medições da caverna do Trapiá, a maior do estado, era uma corrente de ar fria que vinha da escuridão do conduto e um pequeno riacho que ia no mesmo sentido que nós.
Após alguns minutos de rastejo, a equipe que vinha logo atras de mim pararam para fotografar o lugar inóspito e a e sensação claustrofóbica que estava estampada em nossos rostos. Mas sem esta participado da fotografia decidi continuar o rastejo e vê onde o riacho desaguava, até que o conduto começou a se expandir e tive espaço para da uma profunda respirada sem que minhas costelas comprimisse meus pulmões por causa do pequeno conduto.
No entanto, ao tentar seguir na exploração tive o triste dever de informar a equipe que pra nós a caverna tinha acabado, pois havia duas estalactites que bloqueavam a passagem impossibilitando qualquer desenvolvimento dos trabalhos, com respeito a caverna, voltamos sem tocar um dedo nos espeleotemas com intuito de quebra-los, mas tínhamos a certeza de que a Furna-feia vai muito além do que suas topografias acusam.  

Conduto da Furna-feia, foto: Solon Almeida Netto
    

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