A topografia nas Vespas foi uma atividade na
qual nós queremos esquecer, mas antes tirar muitos ensinamentos. Abismo das
Vespas é uma caverna situada na cidade de Felipe Guerra.
Organizamos uma expedição de topografar o
abismo e se desse fazer algumas fotos, pois não tínhamos nem um material da
caverna. Saímos do acampamento da Rainha, outra caverna da cidade, com 50m de
corda e nosso almoço. Ao chegar na caverna, deparamos com um lance
vertical de 30m de profundidade, de início buscamos por alguns spits deixados
pela equipe de São Paulo que já tinha explorado o abismo, mas nada encontramos
e decidimos fazer uma ancoragem natural usando duas arvores que estavam perto
do abismo para não gastar tempo colocando parabolts e se arriscando no
“gargalo” da caverna.
Após alguns minutos se equipando Solon desceu
primeiro desenhando a caverna, eu fiquei ancorado na entrada, anotando a
leitura do equipamento e Hyurann preparando nossa refeição, já que ele optou
não fazer o lance livre.
Após o término da topografia eu desci
enquanto Solon ficou num patamar no meio da caverna, com isso pude da uma
explorada na caverna quando terminei de descarregar os equipamentos. A caverna
era gigantesca, seu teto alcançava uns 20m de altura e o mais impressionante
era que em meio a escuridão umas sementes das arvores lá de cima germinavam nas
profundezas, era uma espécie de “planta troglóbio” seu caule era incolor e não
tinha folhagem, ficamos impressionados com a capacidade de adaptação daquele
ser.
Quando montamos o material para fotografar a
caverna deparamos com um velho problema encontrado em fotografia de cavernas, a
iluminação, no entanto com muito trabalho conseguimos fazer umas fotos.
Daí, preparamos para subir, e como o
fotógrafo era Solon, fui primeiro para que nós pudéssemos fazer uma foto
daquela subida nada entusiasmante. Quando cheguei lá em cima, Hyurann mim deu
todo o apoio de segurança para transposição dos equipamentos.
Era aí que a expedição começava a ganhar
pareceres de filme de terror, assim que eu prendi minha segurança, um barulho
vinha em nossa direção. Rapidamente olhamos para o lajedo e vimos o temporal
que despencava e varria tudo e logo nos atingiu. Ficamos atordoados, tentando salvar
os equipamentos fotográficos da forte chuva, quando nos lembramos de que nosso
amigo Solon estava subindo o abismo. Rapidamente nos ancoramos as arvores e
ficamos auxiliando sua subida, toda à água que descia o morro ia diretamente
para o abismo, criando uma gigantesca catarata que fez Solon transpor o
equipamento e rapidamente se afugenta da força da água no fundo da caverna.
Quando o temporal passou, Solon chega à
superfície todo enlameado e fascinado com o que tinha acabado de ocorrer.
Depois disso fomos para o acampamento que também estava destruído, colocamos
tudo no carro e partimos para pousada, com a topografia e as fotos em mãos,
partimos daquela cidade jurando que nunca mais voltaríamos no período do
inverno.
Foto: Solon Almeida Netto |
Após todo o trabalho do Abismo das Vespas ao chegar em nossas casas a única foto que nos restou foi essa. A minha subida no Abismo, antes do temporal.
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