sexta-feira, 8 de março de 2013

As Cavernas Esquecidas do Sertão Potiguar


De todos os caminhos prováveis desse sertão, subimos a serra de Martins. Deparar-se com a morte várias e várias vezes, já não é um motivo para nos fazer desistir de explorar cavernas. Partimos pelas veredas do Seridó em busca dos místicos picos de mármore daquele lugar, lugar de cavernas esquecidas, onde apenas alguns poucos homens retiram dali a essência de continuar se pasmando com a artificiosa natureza.
Caminhando por rochedos, beirando abismos que nos chamam para experimentar o vácuo, deixamos nossas pegadas enlameadas que o tempo haverá de guarda-las para os que amanhã sonharem em ser como nós.
Cada dia que nasce é o estímulo de partirmos para uma nova jornada, mas a presença do sol nesses dias, não significa que teremos sua luz. O Sol não habita nas passagens longínquas dos abismos da Serra. Fazemos nossa própria luz, somos os próprios astros luminosos naquele vazio onde só habita pensamentos, tudo isso para mostrar aos que temem o submundo, imagens que suas mentes demora a discernir e os deixam estupefatos dessas coisas.
Não sei ao certo o que nos move, se é medo ou loucura de estar em lugares onde todos dizem para não irmos, realmente não sei. Algo maior domina-nos e guia nossos passos para o alto da mística montanha, algo que não queremos confrontar.
Assim foram nossos dias em Martins, escalando, arrastando-se e tendo que confiar em algumas cordas nossas vidas. Já não há passagens que não guardem nossas pegadas, já não há paredes que não sustente nossas marcas, já não há escuridão que não fora iluminada pela chama do carbureto, pelo menos é o que a serra nos faz acreditar.







Foto: Almeida Netto

Foto: Almeida Netto



Foto: Almeida Netto

Foto: Almeida Netto

Foto: Almeida Neto

Foto: Almeida Neto


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